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Número crescente de espécies exóticas no litoral brasileiro acende sinal de alerta entre Biólogos e autoridades - 13/09/2023
Os Biólogos e as autoridades brasileiras têm ampliado a atenção sobre o crescente número de espécies exóticas invasoras no litoral do País. Essas plantas e animais, que estão fora de sua área de distribuição natural, ameaçam outros habitats e a diversidade biológica.
Em áreas como as zonas portuárias é comum a chegada de novos habitantes da fauna e flora marinha. Porém, o aumento desses novos visitantes preocupa, como diz o Biólogo, professor da UPE e pesquisador do Instituto Avançado de Tecnologia e Inovação (IATI) Múcio Banja (02.689/05-D).
“Além de centenas de invasores já estabelecidos nos ambientes marinhos, o litoral do Atlântico Sul passa por uma invasão preocupante. Duas espécies estão sendo registradas frequentemente em áreas muito próximas da costa. Trata-se do cnidário do gênero Tubastraea (com duas espécies representantes), popularmente conhecido por coral-sol e do peixe-leão do gênero Pterois. Embora registrados há décadas para o litoral do Sudeste brasileiro, esses animais estão em plena expansão pelo litoral do Nordeste”, alertou.
O coral-sol já tem sido registrado com frequência no litoral em naufrágios, plataformas de petróleo, tubulações submersas e estacas de concretos de portos e pontos. Enquanto o peixe-leão tem sido encontrado de forma gradativa pelo Nordeste.
“Inicialmente era registrada a presença do peixe-leão em águas mais profundas, abaixo de 40 metros. Mas agora já podem ser encontrados em praias do litoral como no Porto de Santo Antônio, em Fernando de Noronha; no Ceará, onde causou um acidente com um pescador que se furou com os espinhos; além do Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco e no Litoral Sul de Alagoas”, ressaltou Múcio Banja.
O Governo Federal, através do Ibama e do ICMBio, produziu manuais e termos de referência para orientar as comunidades científicas e de pescadores sobre os riscos da presença desses animais. Em Pernambuco, por exemplo, foi instituída uma comissão permanente de discussão desde o primeiro registro de coral-sol, em janeiro de 2020, liderada pela Secretaria de Meio Ambiente do Estado (SEMAS). Além disso, foi constituído o Plano de Ação para Controle de Bioinvasão no litoral pernambucano.
O SEMAS ainda formou um grupo de discussão sobre a presença do peixe-leão e está formando um Plano de Ação com a participação ampla de pesquisadores, pescadores, empresários, entre outros. Tudo isso para combater os invasores.
“A presença desses animais em nosso litoral continua sendo uma forte ameaça contra os nossos estoques naturais da biodiversidade, podendo atingir de forma direta a nossa cadeia produtiva local de pescados e outros derivados econômicos de origem marinha. Neste sentido, essa se torna uma luta de interesse de todos na proteção de nossos recursos naturais”, finalizou o Biólogo Múcio Banja.